Feminização da Pobreza - Nádia Cantanhede
Com o agravamento da crise económica as desigualdades tendem a acentuar-se e no que se refere à perda de direitos, os que não os têm, ver-se-ão a anos luz de os obter. Perante este quadro é muito importante o combate à feminização da pobreza. Actualmente deparamo-nos ainda com uma diferença salarial significativa entre homens e mulheres e uma diferenciação das classes laborais consideradas maioritáriamente femininas ou masculinas sendo que as "tarefas femininas" auferem, em média, um salário mais reduzido. Uma marca desta discriminação de género está presente na declaração feita à Regus na qual 57% das empresas entrevistadas afirmarem que valorizam as mulheres trabalhadoras porque oferecem experiência e conhecimentos sem exigirem salários tão elevados.
Com os despedimentos em massa, a mulher poder-se-á tornar um alvo preferencial e podemos assistir ao despedimento ou não contratação de mulheres por motivos de maternidade, seja porque está grávida ou planeia vir a estar ou ainda por ter filhos menores que carecem de uma maior assistência. Segundo esse mesmo estudo da Regus 3 em cada 4 empresas que vão recrutar trabalhadores em 2011 assumem que deixarão de fora mães trabalhadoras.